15 de julho de 2014

Comentário de Mateus 2

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Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.
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1. E sendo Jesus já nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do oriente a Jerusalém,
2. Dizendo: 
Onde está o Rei nascido dos Judeus? Porque vimos sua estrela no oriente, e viemos para adorá-lo.
3. E o rei Herodes, ao ouvir [isto], ficou perturbado, e com ele toda Jerusalém.
4. E tendo reunido todos os chefes dos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde o Cristo havia de nascer.
5. E eles lhe disseram: 
Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta:
6. E tu Belém, terra de Judá, de maneira nenhuma és a menor entre as lideranças de Judá, porque de ti sairá o Guia que apascentará meu povo Israel.
7. Então Herodes, chamando secretamente os magos, perguntou-lhes com precisão sobre o tempo em que a estrela havia aparecido.
8. E enviando-os a Belém, disse: 
Ide, e investigai cuidadosamente pelo menino; e quando o achardes, avisai-me, para que também eu venha e o adore.
9. Depois de ouvirem o rei, eles foram embora. E eis que a estrela que tinham visto no oriente ia adiante deles, até que ela chegou, e ficou parada sobre onde o menino estava.
10. E eles, vendo a estrela, jubilaram muito com grande alegria.
11. E entrando na casa, acharam o menino com sua mãe Maria, e prostrando-se o adoraram. E abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso, e mirra.
12. E sendo por divina revelação avisados em sonho que não voltassem a Herodes, partiram para sua terra por outro caminho.
13. E tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: 
Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito; e fica lá até que eu te diga, porque Herodes buscará o menino para o matar.
14. Então ele se despertou, tomou o menino e sua mãe de noite, e foi para o Egito;
15. E esteve lá até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: Do Egito chamei o meu Filho.
16. Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos magos, irou-se muito, e mandou matar todos os meninos em Belém e em todos os limites de sua região, [da idade] de dois anos e abaixo, conforme o tempo que tinha perguntado com precisão dos magos.
17. Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que disse:
18. Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro, e grande pranto; Raquel chorava por seus filhos, e não quis ser consolada, pois já não existem.
19. Mas depois de Herodes ter morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu no Egito a José em sonho,
20. Dizendo: 
Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já morreram os que procuravam a morte do menino.
21. Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, e veio para a terra de Israel.
22. Porém ao ouvir que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, ele teve medo de ir para lá; mas avisado por divina revelação em sonho, foi para a região da Galileia, 
23. E veio a habitar na cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas, que:
Ele será chamado de Nazareno.





2.1 uns magos. Ao contrário da crendice popular oriunda da tradição, a Bíblia não diz que eram “três” magos, nem que eram reis, nem que eles visitaram Jesus na manjedoura, pois já se haviam passado em torno de dois anos desde que Jesus havia nascido (v.16).

2.11 o adoraram. Essa é a primeira menção implícita no NT acerca da divindade de Cristo. A palavra aqui utilizada, no grego proskuneo, é a mesma sempre usada na Septuaginta para a adoração a Deus no AT, e também sempre aplicada no NT para se referir ao Pai (Jo.4:20; At.24:11; 1Co.14:25; Hb.11:21; Ap.4:10), o que mostra que a adoração devida ao Filho é a mesma adoração devida ao Pai. Quando proskuneo (adoração) era praticado diante de meros homens, o adorador era sempre repreendido (At.10:25-26; Ap.19:10; 22:8-9). Também é digno de nota observar que, embora José e Maria também estivessem presentes, os magos se prostraram somente diante de Jesus.

2.23 dito pelos profetas. Mateus não estava citando um profeta em particular que escreveu algo registrado no AT, mas algo geral predito pelos “profetas”, no plural, como uma provável referência genérica de que Jesus seria desprezado, como os nazarenos eram (ver Jo.1:46, comparar com Is.53:3; SI.22:6; Zc.12:10). Outros observam que Nazaré vem da palavra nctzer, que significa renovo, algo que foi predito por vários profetas do AT (Is.11:1; Jr.23:5; 33:15; Zc.3:8; 6:12). Também é possível que o “dito pelos profetas” tenha sido algo conservado oralmente, transmitido pela tradição judaica acerca do Messias ou revelado diretamente a Mateus pelo Espírito Santo.

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